Agrofloresta dá lucro?

Espécies, mão de obra, maquinário e mercado, todos devem ser escolhidos e analisados dentro um planejamento detalhado para resultar no melhor custo-benefício e retorno.

Uma agrofloresta dá lucro, especialmente se bem planejada! O grande desafio está em equipar os empreendedores agroflorestais com os incentivos fiscais, linhas de crédito e metodologias para geração de uma cadeia de valor e validação dos benefícios intrínsecos à agrofloresta.

Agrofloresta X Monocultura

De fato, implementar um sistema agroflorestal não é simples. O acesso a linhas de crédito específicas e subsídios é incipiente quando comparado a agricultura tradicional. A valorização dos produtos provenientes dos SAFs ainda está em ascensão, a especialização da mão-de-obra e o know-how ainda é pouco disseminado. Apenas estão começando a ser reconhecidos os efeitos negativos da agricultura tradicional na degradação do solo e do clima.

Porém, são inúmeras as vantagens dos sistemas agroflorestais em relação a monoculturas, que compensam o investimento inicial muitas vezes mais alto. A diversidade de espécies aumenta a resiliência biológica contra variações climáticas, diversifica os riscos de uma quebra de safra e equaliza a receita anual com a sucessão de safras e cultivos. O custo com insumos pode diminuir com o tempo. Todas as premissas utilizadas criam um sistema inteligente e diverso, melhorando as qualidades intrínsecas do solo, das plantas e de todo o ecossistema agrícola onde está inserido.

Como definir as espécies no sistema?

Um planejamento muito bem elaborado é imprescindível para obter o máximo rendimento da complexidade do sistema agroflorestal. A escolha das espécies a serem cultivadas é definida após um estudo de mercado, disponibilidade de maquinário, capital, mão de obra, características climáticas, do solo, a interação das espécies e o interesse comercial na região analisada. Em 2019 fizemos um projeto com a Fazenda La Ferme Moderne que contemplasse os principais ativos da propriedade, com um design agroflorestal biodiverso e resiliente, condizente com os objetivos ecológicos, sociais e econômicos de seus proprietários. Saiba mais sobre o projeto aqui.

Muitas mudas para o Projeto Timburi.

A importância dos NICHOS FUNCIONAIS Para aumentar a produtividade do sistema, é essencial aproveitar ao máximo a incidência de luz solar posicionando as espécies num arranjo espacial, mas também considerando uma lógica temporal. Para o planejamento de sistemas biodiversos, nós consideramos a alocação de nichos funcionais, que são agrupamentos de espécies com características similares com relação a uma série de parâmetros, como sucessão ecológica, arquitetura de copa, estratificação, floração, tipo de manejo, etc.

A combinação de culturas de ciclo curto, médio e longo faz com que haja receita no primeiro ano de implantação e garante o melhor aproveitamento de espaço, com produção em “andares” ao longo dos anos. O sistema é pensado para diminuir a intensidade de manejo conforme os anos vão passando, reduzindo custos de produção e demanda de mão-de-obra.

Além da questão econômica, as agroflroestas também trazem benefícios ecossistêmicos, como fixação de carbono, a recuperação de solos degradados, restauração de cursos d’água e abastecimento de lençóis freáticos, menor taxa de erosão, o aumento da biodiversidade e conectividade da paisagem.

Agregando valor na pós colheita

O consumidor está cada vez mais inclinado a optar por produtos mais saudáveis e sustentáveis. Vale a pena para o produtor agroflorestal considerar a opção de beneficiar o seu produto, não apenas agregando valor de venda, mas direcionando sua produção para um mercado específico. Em um de nossos projetos no Nordeste, avaliamos o potencial de cadeias de valor agroflorestais, chegando a resultados muito interessantes a partir do beneficiamento da banana.

A opinião pública e percepção do mercado está mudando rapidamente na direção do que realmente é sustentável uma vez que as mudanças climáticas e seus efeitos adversos são cada vez mais sendo notados, compromissos vem sendo assumidos mundialmente e as ODS deverão ser alcançadas. O movimento agroflorestal está ganhando força assim como a viabilidade financeira em larga escala.

Implantação na Amazônia, 2018.

Comece agora!

Para começar um sistema agroflorestal ou converter sua área de monocultura em um plantio biodiverso, é preciso planejamento (e muito!), que será realizado com eficácia ao conhecer os diversos fatores que estão envolvidos para seu sucesso, desde a escolha do local, seleção de espécies, operações envolvidas, até a colheita e a venda. Com o PRETATERRA Academy você também pode desenvolver um projeto agroflorestal com segurança e fazer parte desse movimento de regenerar o planeta a partir de uma lógica produtiva construtiva e sustentável.

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