No Projeto que desenvolvemos em 2020 com a SAVE Brasil e a WWF-Brasil, mapeamos as cadeias de valor sustentáveis para a Paisagem Serra do Urubu-Murici, que fica nos estados de Alagoas e Pernambuco.

O Vale da Pelada

Em Alagoas, a produção do estado está concentrada em União dos Palmares, mais precisamente no Vale da Pelada. Com cerca de 150 famílias, a região do Vale da Pelada é caracterizada por pequenos e médios produtores com lotes entre 10 e 50 hectares. A principal banana plantada é a prata, muito tradicional na região, com introdução há estimados 150 anos. Há o predomínio de 3 variedades de banana-prata, a chamada prata legítima ou pratinha, que é mais doce e predomina entre os plantios, a pacovan (introduzida na região) e a prata caiana, cujo plantio é antigo como o da pratinha. De acordo com os agricultores, todas as variedades são comercializadas como banana-prata, e ainda que exista diferenças entre formato do fruto e sabor, são poucos os atravessadores que as diferenciam.

A banana-prata

A banana-prata é adaptada ao clima e solo da região; poucas roças utilizam irrigação. Dessa maneira, a maior parte da colheita da banana é realizada durante setembro a fevereiro, após o término da estação chuvosa. Uma parcela dos agricultores não aplica agrotóxicos ou adubos químicos nas plantações de banana prata, em parte pelo tipo de manejo, que é adaptado ao relevo acidentado do local, muitas vezes como um sistema agroflorestal intuitivo e não mecanizado; e em parte pelo custo de insumos.
A produção mensal do Vale da Pelada é estimada em 60 toneladas/ semana. Vendida em sua grande maioria para atravessadores, durante a época de safra, o milheiro da banana prata in natura chega a ser vendido por R$30,00, com média de preço a R$60,00 e podendo chegar a R$100,00. O produto não possui certificação orgânica apesar de muitos agricultores adotarem a prática.

Mas, como agregar valor?

O nosso projeto visou criar um plano de negócios que necessite de investimento inicial baixo e também possa ser implementado pelas famílias da região. Para isso, envolve a participação da mulher e outros parentes, na agregação de valor da banana-prata. A ideia para aproveitamento da banana foi o seu beneficiamento em chips de banana, considerando venda direta ao consumidor. A utilização de óleo de fritura na sua produção gera um resíduo que poderá ser reaproveitado para a produção de sabão caseiro, também gerando renda extra para a família.

Com um investimento inicial baixo diluído ao longo de três anos e considerando a produção de chips a partir de 520 kg de banana, a venda esperada por ano, no primeiro ano (considerando custos referentes ao ano de 2020), é 100 vezes maior do que o valor normalmente praticado na venda do produto in natura para atravessadores. Agregar valor ao seu produto vale a pena e muitas vezes necessita mais de organização que investimento. A ideia é que aderindo a esse plano eles ganhem mais resiliência econômica.

A banana é uma das frutas mais consumidas do mundo e oferece muitas possibilidades. Você sabia que ela é uma espécie super presente em sistemas agroflorestais? Leia mais sobre aqui.

 

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