Como substituir uma agricultura fundamentada em insumos químicos por sistemas complexos embasados na mimetização dos ciclos e processos naturais?
Desenvolver designs, métodos e sistemas de manejo replicáveis, como base para uma produção agroflorestal regenerativa, com aportes empíricos e científicos, interdisciplinares, como base para um novo sistema produtivo sustentável, resiliente e duradouro, é o maior desafio e, ao mesmo tempo, a solução mais viável frente às incertezas dos meios produtivos vigentes.
Para viabilizar tais sistemas, contribuindo para uma soberania, alimentar, energética e tecnológica, enquanto que, mantendo sua biodiversidade e complexidade, é necessário automatizar o design, simplificar os processos e padronizar práticas de manejo.
Um sistema de produção agroflorestal em larga escala é aquele que apresenta um modelo viável técnica e economicamente, com design, operações, inputs e outputs sistematizados, permitindo sua extrapolação modular, independentemente do tamanho da área. Para que métodos de sistematização se apliquem a sistemas agroflorestais complexos, biodiversos e regenerativos, cada um de seus componentes deve ser abordado por sua funcionalidade no sistema (nicho) e não como uma espécie ou cultura isolada.
Assim, criam-se módulos elásticos, adaptáveis a diversas realidades e replicáveis a variadas regiões geográficas.
A popularização do conhecimento sistematizado e aberto aumenta a disseminação das práticas, o entendimento dos benefícios e, a replicação de sistemas complexos. Muitas pessoas replicando, significa ganho de escala — a mudança de paradigma reside no entendimento dos benefícios e no ganho social e ambiental a longo prazo. Não existem dúvidas de que árvores compondo sistemas outrora apenas agrícolas, trazem benefícios ambientais; o grande desafio está em torná-los economicamente viáveis em escala — com preço justo, trabalho inclusivo e um produto final livre de agrotóxicos e que promova a vida.