A implantação de sistemas agroflorestais como solução integrada – climática e econômica, para zonas amazônicas de terras altas.
A Selva Alta e o ecótono onde a floresta amazônica escala as paredes andinas, levando a biodiversidade para a encosta das montanhas. Nesse cenário natural impressionante, vivem agricultores que, há centenas de anos, produzem em encostas de 45 graus, utilizando o corte e queima como método agrícola. O drástico aumento populacional, a acentuação das mudanças climáticas e a consequente degradação do solo, ameaçam a prosperidade da produção local.
A LaGrama produz, fomenta e exporta cúrcuma e gengibre em sistema orgânico nesse cenário da selva peruana – eles são os maiores empregadores e compradores locais, oferecendo prêmio de preço para todos os outgrowers que se comprometem a melhorar o sistema produtivo e atender às normas das diversas certificações que possuem.
Apesar de ser já certificada orgânica (e biodinâmica) em diversos países, a LaGrama não se contenta com um sistema produtivo que odedeça normas de substituição de insumos mas não altere a lógica da restauração produtiva da paisagem. Fiéis ao lema “Organic is not enough” (não basta ser orgânico), a demanda LaGrama buscou desenhar um sistema agroflorestal regenerativo, que pudesse servir de modelo, não apenas para seus próprios outgrowers, mas sim, para todos os agricultores da zona. A PRETATERRA assumiu esse desafio, concebendo, capacitando e implantando um novo modelo de produção para a Selva Alta.
Utilizamos uma lógica de aderência ao modo local de agricultura, implantando uma layer florestal composto de madeireiras de ciclo longo e frutíferas, intercaladas com linhas de serviço (produção de biomassa e controle de erosão), a partir da realização de diagnósticos rurais participativos na região.
Além da implantação conjunta do modulo piloto, a capacitação de agricultores locais ocorreu com demonstrações de plantio em mutirão e com a apresentação da inteligência do sistema; espécies outrora indesejadas, como o pino chuncho (Schizolobium parahyba var. amazonicum) e o yungor (Cecropia sp.) receberam significância sob a luz da lógica de espécies de serviço, em suas funções de manutenção do solo em declive, fixação de nitrogênio e mobilização do fósforo.
A intensificação das mudanças climáticas é sentida, primeiramente, pelos povos dependentes da floresta – segue-se perda de fertilidade, degradação e migrações. Com o novo modelo de produção de gengibre agroflorestal, esperamos reduzir os impactos negativos das mudanças climáticas, aumentando a produção e os ganhos econômicos. Estratégias inteligentes de diversificação produtiva em consonância com a demanda de mercados mais exigentes e sensíveis, criam cenários pioneiros de desenvolvimento de soluções agroflorestais integradas.
PRETATERRA inova na concepção de designs sistematizados, aderentes e replicáveis, que atendam demandas especificas e geram soluções duradouras e eficazes.
Produzimos uma serie documental no nosso canal no YouTube contando um pouco sobre a implantação agroflorestal do design de Pichanaki.