Agricultura sintrópica é um termo recentemente utilizado para descrever uma agricultura mais regenerativa e que tende a complexificar o sistema. Sintropia é o contrário da entropia — em relação a partículas (na entropia, as partículas tendem do organizado para o desorganizado, do contido para o disperso, em todos os aspectos físicos da matéria).
O termo que está sendo cunhado, principalmente no escopo da agrofloresta tende a fazer uma relação com criar sistemas mais complexos e biodiversos no espaço e no tempo — não tendo uma relação direta com as “partículas”, mas sim, principalmente, com a diversidade e baixo impacto ambiental.
Ou seja, o termo não define e/ou consolida práticas específicas de determinada escola, mas sim, engloba uma série de práticas de manejo integrado e conservacionista — basicamente, utilizando princípios agroflorestais de sucessão e estratificação, conhecimentos empíricos e, principalmente, produzindo todo o insumo (biomassa) dentro do próprio sistema (na sua forma idealizada).
Abordagens mais holísticas e ligando sentimentos e emanações cósmicas a ligação intrinseca do ser-humano com a agricultura, já foram preconizados pela biodinâmica, a primeira agricultura orgânica desenvolvida (década de 20), a qual adota princípios ancestrais de manejo do solo e das espécies, envolvendo o ser humano de forma orgânica no processo e abordando conceitos místicos e astrológicos. Entretanto, a biodinâmica aceita a inserção de insumos externos e não, necessariamente, envolve árvores no sistema produtivo. Assim, ainda que praticamente todas as práticas da biodinâmica se encaixem (ou poderiam encaixar-se) na chamada agricultura sintrópica, o principio da produção de biomassa e ênfase na poda, permeados pelo “amor incondicional” e pelo primor ao compor os estratos verticais produtivos, são pontos de divergencia ou, melhor dizendo, evolutivo-complementares.